Barcelona

A bela e monumental Barcelona é cheia de atrações pra garantir uma programação repleta por ao menos uma semana. Você pode explorar os ambiciosos e pitorescos exemplos da arquitetura modernista, super fortes por lá devido ao legado do Gaudí; pode passear pelos becos descoladinhos do Bairri Gótic e do El Raval; ou ainda visitar os vários museus bacanas da cidade. Minha visita durou cerca de quatro dias e pareceu pouco dada a infinidade de coisas legais que a capital catalã oferece.

Catedral Gótica de Barcelona

Catedral Gótica de Barcelona

A La Rambla, a avenida símbolo do centro de Barcelona, contra com um largo calçadão qie a todo momento mais parece um formigueiro de turistas. Se você não curte muito ambientes tumultuados fuja dela, já que os restaurantes espalhados por lá cobram preços altíssimos. Vale apenas um pulinho no Mercat de La Boquería, no meio do caminho entre a Plaça de Catalunya e o Port Vell. Praticamente um paraíso para os foodies de plantão, o mercado é um show de cores, sabores e delícias ibéricas (especialmente catalãs). Só escolha bem aquilo que queira provar, pois como em todo pico turístico que se preze, os preços são um pouco salgadinhos.

Mercat de la Boquería

Mercat de la Boquería

O melhor mesmo por ali é passear pelos becos que afluem pelas vizinhanças da La Rambla. No lado direito de quem vai em direção ao porto fica o El Raval, onde estão distribuídas várias lojas de discos – algumas inclusive especializadas em gêneros específicos (metal, ska, punk/hardcore, gothic rock, música eletrônica) -, além de bares que contam sempre com “galere jovem e descolada” depois das 19-20h. Também por ali fica o Museu de Arte Contemporânea de Barcelona, uma visita essencial pra quem curte arte do século XX.

Port Vell

Port Vell

Já pro lado oposto fica o Bairri Gótic, assim chamado por abrigar a essencial Catedral Gótica de Barcelona, uma igreja belíssima e gigantesca, construída ainda no século XIII. Ali você vai encontrar lojinhas de cacarecos moderninhos, gadgets e roupas – tipo designer clothes com uma pegada um pouco (pero no mucho) low cost. Lá também fica o essencial Conesa, o melhor lugar para apreciar o entrepá (sanduíche) catalão. A dica é pedir uma Focaccia com abobrinha, berinjela e queijo manchego. Almocei lá quase todos os dias pra manter o orçamento legal e a pança feliz.

A fila do sanduba é grande o tempo todo, mas vale a pena

A fila do sanduba é grande o tempo todo, mas vale a pena

A região do Port Vell e da Barceloneta rende um passeio agradável à beira do Mediterrâneo. Fuja do shopping imenso, mesmo se a aparência modernosa dele te fisgar (afinal de contas, shopping center é tudo a mesma bosta seja na Alemanha ou na Guatemala). Apenas pegue uma bicicleta no ponto de bike sharing da prefeitura na entrada do porto e pedale pelo trajeto. E embora a praia da Barceloneta tenha uma orla bonita e bem urbanizada, a areia e a água não são muito convidativas, eu diria.

Aos domingos os museus da cidade são gratuitos das 16 às 20h, então escolha um deles e vá pra fila cedo. O Museu Picasso, que fica no Bairri Gótic, é um dos que cria filas imensas horas antes da abertura gratuita. Dentre os outros museus da cidade destacam-se o Museu Nacional Catalão e a Fundació Joan Miró (ambos na região do Montjuic).

Nacionalismo catalão

Nacionalismo catalão

Vale também gastar alguns euros pra visitar os interiores surreais das praticamente lisérgicas obras de arquitetura modernista da cidade. A ambiciosa igreja La Sagrada Família, projetada por Antonio Gaudí, começou a ser construída em 1882 e ainda hoje não está totalmente concluída. Repleta de detalhes incríveis e formas geométricas das mais estranhas, a obra mostra toda a meticulosidade dos projetos do arquiteto e seu uso característico de texturas e padrões baseados em estruturas matemáticas e naturais.

La Sagrada Família por fora...

La Sagrada Família por fora…

...e por dentro

…e por dentro

Mais do trabalho dele pode ser visto ao ar livre no Parc Güell e na caríssima (mas, pelo que dizem, incrível) Casa Battló. Esta última, inclusive, é vizinha das também belíssimas Casa Amatller de Puig i Cadafalch e Casa Lleó Morera de Domènech i Montaner, ambos contemporâneos de Gaudí.

Dentre outras coisas que descobri por Barcelona também destaco minha experiência com local hipsters e freaks no Let’s Festival, onde conheci uma incrível banda espanhola chamada Havalina. Com um direcionamento meio shoegazer/indie que lembra muito a fase boa dos Smashing Pumpkins e bandas como Catherine Wheel e Sonic Youth. Vale o conferes.

Quanto custa? No geral, Barça é mais cara que o resto da Espanha, mas ainda bem barata em se tratando de Europa. Breja grande no boteco custa entre 3 e 5 euros, e é possível se virar nas refeições com um orçamento de 4 a 6 euros. Se for comer em restaurante aí prepare uns 15 contos pra deixar na bodega. Dica: se tiver onde cozinhar em sua hospedagem, invista nos Supermercados e aproveite a infinidade de gostosuras que só a culinária espanhola pode oferecer (isto é: embutidos, queijos, vinhos, frutos do mar e conservas deliciosas com otimos preços).

CERVEZA Fique com a Estrella Damm que é puro amor. No geral, as brejas da Estrella são realmente as melhores (Voll Damm e Weiss Damm são outras delícias). Fuja da Cruzcampo e da Mahou e, se for o caso, parta pra San Miguel que também é da boa.

VINO O vinho branco Catalão é bem saboroso, sem falar no espumante Cava, que também é da região. Na Espanha me agradou muito o vinho tinto produzido em Toro e em Rioja.

TRANSPORTE PÚBLICO O metro em Barcelona é muito bom e eficiente, e é possível ir pra todos os lugares de interesse nele. Aconselho comprar o bilhete de 10 viagens por 9,80 que barateia o valor de cada viagem pela metade.

Ah, e antes de terminar, ABRE O OLHO COM OS BATEDORES DE CARTEIRA. Barcelona é uma cidade relativamente segura, mas se bobear (principalmente no metrô), tua carteira ou teu iPhone passa pra frente em dois tempos.

Oi gent, rs

Tchau gent, rs